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“Obama usou espiões britânicos para espiar Trump”

Para Londres as acusações são “completamente ridículas e devem ser ignoradas”
A Casa Branca citou hoje a televisão Fox News para assegurar que o ex-Presidente Barack Obama solicitou aos serviços de informações britânicos que monitorassem Donald Trump, para “garantir que não havia pistas norte-americanas”.

O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, em declarações aos jornalistas, citou relatos não confirmados da Fox, alegando que Obama tinha pedido aos serviços de espionagem eletrónica do Reino Unido (GCHQ) para que vigiassem Trump, isto para contornar as restrições legais dos EUA que impedem a monitorização de cidadãos norte-americanos.
Numa séria de mensagens divulgadas na sua conta na rede social Twitter, em 04 de março, Trump acusou Obama de uma conspiração estilo “Nixon/Watergate”, que teria por certo infringido a legislação dos EUA.
“Terrível! Acabo de saber que Obama tinha os meus telefones na Trump Tower sob escuta”, afirmou numa das mensagens.
Congressistas dos dois partidos que estão a investigar o assunto não encontraram qualquer prova que apoie a queixa.
No relato da Fox, que foi divulgado cerca de duas semanas depois, Andrew Napolitano garantiu que “três fontes dos serviços de informações informaram a Fox News de que o Presidente Obama saiu da cadeia de comando” para ordenar as escutas.
“Ele não usou a NSA, ele não usou a CIA, ele não usou o FBI e não usou o Departamento de Justiça”, afirmou napolitano, acrescentando que Obama tinha recorrido ao GCHQ.
A NSA é a sigla em inglês de Agência de Segurança Nacional, CIA a de Agência Central de Informações e FBI a de polícia federal.
A acusação de Spicer provocou alguns levantares de sobrancelhas em Londres e na agência instalada em Cheltenham, que tem trabalhado de perto com os serviços de informações norte-americanos desde há décadas.
“As alegações recentes feitas pelo comentador mediático Andrew Napolitano sobre o GCHQ ser solicitado para escutar o então presidente-eleito não têm qualquer sentido”, disse um porta-voz do GCHQ à AFP.
As alegações são “completamente ridículas e devem ser ignoradas”, reforçou.
O Reino Unido e os EUA integram, juntamente com Austrália, Canadá e Nova Zelândia, a aliança dos serviços de informações designada “Five Eyes” (Cinco Olhos) forjada no rescaldo da II Guerra Mundial.

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